Bjorn, Protetores do Norte

Publicado em Cultura

Singela homenagem aos Reis Nórdicos

 

           O nome Bjorn na Escandinávia sempre vem atrelado a grandes feitos e conquistas do povo nórdico.

             A história do nome Bjorn na realeza escandinava remonta à dinastia mítica da Casa de Munsö. Bjorn I, ou Braço de Ferro, é até hoje lembrado na Suécia como o invulnerável; com efeito, as origens das casas reais nórdicas são envoltas em um misticismo que torna toda a história muito mais heroica e contribui sobremaneira para a construção do mito nacional. O Braço de Ferro ganhou esta alcunha após sua mãe, Aslög, lhe ministrou uma poção mágica. Herdou a região de Svitjod e, fazendo jus à sua alcunha, participou de diversas batalhas de expansão territorial e econômica do reino.

           O caudilho comandou diversas expedições vikings no século IX na França, chegando a alcançar, juntamente com seus irmãos, o Mediterrâneo pela Espanha, Itália e pela Riviera francesa. Sua campanha à Bretanha é igualmente lembrada como um aumento da influência e do poder persuasivo da força de seu povo.

            Segundo reza a lenda, seu corpo está sepultado num montículo (túmulo em forma de um pequeno morro construído de pedras) que tem 5 metros de altura, 20 metros de largura e contém uma pedra rúnica logo acima de si.

             Já Bjorn II, filho de Erik Bjornsson e, por isso mesmo, neto de Bjorn Braço de Ferro, foi Rei dos Suíones e é o menos catalogado de seus homônimos. Contudo, acredita-se que Bjorn II é o rei mencionado por Rimberto de Hamburgo em sua obra Vita Ansgari, escrita entre 865 e 876, uma biografia de seu predecessor Ansgário, conhecido como o Apóstolo do Norte, no Arcebispado de Hamburgo-Brema. O rei é mencionado pelo biógrafo como sendo o governante da cidade de Birka durante a viagem de ambos à Suécia.

            Já de acordo com a islandesa Saga de Hervör, do século XII, Bjorn II teria reinado em co-regência com seu irmão, Anundo de Uppsala; este último, natural da terra onde séculos mais tarde seria fundada a universidade que sedia esta Academia.

            Bjorn III da Suécia, neto de Bjor II, por seu turno, governou entre 882 e 932 e foi pai dos reis Olof II  e Erik VI. Seu longo reinado foi conhecido por trazer prosperidade e estabilidade para Suécia, ocasionando sua fama dentre os monarcas do chamado período lendário. Seu governo abriu caminho para que seu filho Erik VI pudesse ter sido rei dos dinamarqueses entre 992 e 993 e anexasse as áreas que passaram a pertencer à Suécia durante a Idade Média, como a Sueônia, e a Gotalândia Ocidental e Oriental.

             O nome Bjorn, inicialmente caracterizado em pedras rúnicas, trata-se de um nome que significa ‘urso’ e como tal é um demonstrativo da força do povo escandinavo para com seus pares macro e micronacionais.

            O Rei Bjorn IV da Escandinávia, ao adotar o nome dos heróis nórdicos anteriormente citados, fez uma escolha feliz ao unir elementos míticos e históricos na construção de uma sinalização perene que representa o Projeto no Norte. Numa monarquia constitucional micronacional, o papel do monarca é de suma importância para a manutenção e coesão do projeto, revelando a continuação da micronação em detrimento de governos, ministérios ou opiniões políticas, internas e externas.

            O povo da Escandinávia alegra-se em ter e em ter tido reis que encorajam seus súditos em suas ações e modos de agir e pensar, que conduzem, desde os tempos míticos de Odin, as pessoas a construírem pontes para um futuro próspero.

             Eis o motivo para a escolha de Sua Majestade para o Patronato desta Real Academia: reconhecermos que há um guia que conduz o Reino. Sua proeminência e presença entre os grandes do micronacionalismo, assim como os seus antecessores estavam entre os grandes da Europa em suas respectivas épocas, demonstra frutos do trabalho constante. Outrossim, também compõe artigos para o micromundo e muito nos alegra sua vida intelectual micro e macro.

             Que o exemplo dos Reis Bjorn Braço de Ferro, Bjor II, Bjorn III, Bjorn IV e dos grandes homens e mulheres que construíram e constroem esta augusta nação possam nos inspirar diariamente. Skaal!!

 

Uppsala, 16 de maio de 2020; segundo ano do reinado de Bjorn IV.

 

 SENHOR DE AGGERHUS

 Diretor da Real Academia da Cultura Escandinava

 

Artigo I, MMXX

 

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Avatar de Ander Batland (anderbatland)
Ander Batland (anderbatland) respondeu o tópico: #161 3 anos 11 meses atrás
Belíssimo texto prezado, mostra em fatos históricos quão grandiosa é a linhagem real. Tão impressionante quanto é nossa caminhada como reino com sua Alteza no comando, que sigamos fazendo jus a nossos antepassados. Skaall!!
Avatar de Fellow Gerhardsen Nyttland (Fellow)
Fellow Gerhardsen Nyttland (Fellow) respondeu o tópico: #160 3 anos 11 meses atrás
Muito bom texto.
Parabéns pelo narração tão concisa e com grandes referências.